O EAD no Brasil evolui e melhora a aceitação do mercado
O panorama da educação à distância indica boas perspectivas para os próximos anos. A adesão tem aumentado e a qualidade dos cursos tem se aprimorado e os empregadores começam a ver esse tipo de formação com outros olhos.
Nos últimos anos, tem-se visto um grande destaque para a educação a distância no Brasil. Isso se deve, principalmente, à evolução tecnológica. A tecnologia da informação, bem como a sua popularização, proporcionou a facilidade na troca de informações a distância, permitindo um aprimoramento nessa modalidade de ensino. Embora esteja em alta e pareça algo relativamente novo (em virtude da tecnologia associada), essa modalidade já existe há muito tempo, conforme se verá a seguir.
Em 1904, algumas escolas internacionais, privadas, ofereciam cursos pagos, por correspondência. Em 1934, Edgard Roquette-Pinto cria a Rádio-Escola Municipal, no Rio de Janeiro, em que os estudantes tinham acesso a folhetos e esquemas de aulas antecipadamente, além de troca de correspondência também. Em 1941 surge a primeira Universidade do Ar, que durou até 1944 e resurgiu, patrocinada pelo SENAC, SESC e emissoras associadas, em 1947. Nessa época cria-se, ainda, o Instituto Universal Brasileiro, que oferecia cursos profissionalizantes por correspondência. Já na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho cria telecursos, para supletivo de ensino fundamental e médio, com transmissão de aulas televisionadas e apostilas, que existem até hoje. Tais experiências foram bem-sucedidas, mas não tiveram boa aceitação por parte do governo e da sociedade; não eram vistas com bons olhos, mas como ineficientes, como educação de baixa qualidade, por se diferenciar do tradicional (sala de aula, aluno, professor).
Entretanto, atualmente, a adesão a essa modalidade de ensino tem crescido substancialmente, mais até do que ao ensino presencial. O governo, então, criou leis para regulamentar a atuação das instituições nessa modalidade, criando até mesmo, em 1996, a Secretaria da Educação a Distância, que, segundo o portal do MEC, “atua como um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, fomentando a incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de educação a distância aos métodos didático-pedagógicos. Além disso, promove a pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas escolas públicas brasileiras”.
Desde a regulamentação da modalidade no país, por meio do Decreto federal n° 5.622/05, a qualidade subiu muito. O MEC, por meio da Portaria n 4.059, de 2004, permitiu às instituições de ensino superior introduzir, em sua grade, até 20% de disciplinas nessa modalidade. E muitas o fizeram. Grandes instituições de ensino já possuem graduação, pós-graduação, cursos de aperfeiçoamento e extensão a distância, graças à demanda, que tem crescido muito nos últimos tempos. A busca por melhorias rápidas na carreira, a falta de tempo e a distância fazem com que um número cada vez maior de pessoas adotem essa modalidade em sua formação.
Embora ainda exista certo preconceito, por parte de alguns empregadores, que veem profissionais formados em cursos a distância como menos qualificados, a tendência é o crescimento e, mais do que isso, desenvolvimento da educação a distância no país. A regulamentação, por meio de leis, da modalidade contribuiu para a melhoria da qualidade e, consequentemente, para aceitação por parte da sociedade. A evolução da tecnologia da informação tornará (ou já torna) a educação a distância uma tendência, que se relaciona também com a correria das grandes cidades e a dificuldade de acesso físico à universidade de pessoas que moram em regiões mais isoladas. Se isso contribuir para a democratização da educação e da cultura, que sejam, então, bem-vindas as mudanças.
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