Já se faz algum tempo desde a época onde as pessoas passavam vinte, trinta anos ou até mesmo se aposentavam trabalhando em uma única empresa privada.
Hoje em dia, nada mais normal (infelizmente) nos depararmos com pessoas que foram desligadas, ou como se diz no popular, foram mandadas embora da empresa depois de anos a fio de serviços prestados, sob as mais diversas desculpas, tais como: “a empresa está se reestruturando”, “a crise nos pegou, vamos ter que reduzir nosso quadro de funcionários”, ou as clássicas: “você precisa de novos desafios, será melhor para você” ou “você não tem atingido as expectativas da empresa”.
O fato é que, para quem está sendo mandado embora, e tem contas para pagar, despesas das mais diversas, filhos, etc., sobretudo quando tudo parece bem, não há desculpa que deixe a situação mais tranquila.
Mas já que a situação é irremediável, sem volta, o que fazer?
Bem, muito do que se tem a fazer vai depender do que você fez antes de ter sido mandado embora. E caso se pergunte: “Mas se o que fiz não foi o suficiente?”, não se desespere (muito), para tudo se dá um jeito, só vai precisar de mais trabalho e empenho.
O que acontece é que muitas pessoas, seja por falta de vontade, por falta de orientação, de incentivo e até mesmo devido a uma prática de capacitação ineficiente por parte da antiga empresa, não investem tempo e dinheiro em qualificação e diversificação nas habilidades para a execução de suas atividades profissionais.
Por exemplo, hoje vivemos uma sociedade imersa em tecnologia, das tv´s de LCD, smartphones, redes sociais, telefonia 4G, etc., e há ainda quem não tenha uma conta de e-mail ou saiba utilizar o básico em um computador, seja para uma pesquisa na internet, acessar de forma eficiente os e-mails ou mesmo utilizar ferramentas como editores de texto, planilhas ou qualquer outro aplicativo.
Mas não só em informática, faltam habilidades (que pode ser aprendidas e desenvolvidas com cursos e prática) em atendimento ao cliente, vendas, call centers, etc. Ou seja, para cada uma dessas áreas onde há vagas disponíveis, quem tiver o diferencial (ou seja, qualificação) sairá na frente quando precisar buscar uma nova oportunidade no mercado de trabalho.
Outro ponto que todos devem desenvolver enquanto estão trabalhando é o tal do ‘networking’, ou para simplificar, o social no ambiente de trabalho, a construção de bons relacionamentos profissionais com todos na empresa atual e em todas por onde já se passou.
Como diz o ditado, nunca se sabe o dia de amanhã, então cultive boas amizades hoje. Afinal, aquele colega de trabalho que você conheceu há dez anos, no início de sua carreira profissional pode ser quem irá lhe ajudar hoje a encontrar uma nova oportunidade. Como? Através do famoso Q.I. (quem indica). Aí fica a pergunta: Você se indicaria para alguma empresa? Por quê?
Se a resposta não for convincente, está na hora de mudar alguns comportamentos e atitudes para que a situação possa ser revertida. Esta é a hora de refletir sobre seus pontos fortes, naquilo que você é melhor, mas principalmente nos seus pontos fracos, naquilo que você pode e precisa melhorar, como profissional e como pessoa.
Estas são algumas dicas para o ‘antes’, e o que fazer depois que o ‘facão’ passou?
Ninguém é de ferro e muitas vezes a empresa irá lhe mandar embora em um momento delicado. Você irá ficar triste, vai bater o desespero e muitas vezes o chão irá lhe faltar. O que fazer? Seja humano, chore, se abra com alguém de confiança!
Você tem 30 minutos para fazer isso! Por que cada segundo que perder se lamentando lhe será cobrado depois. Passado esse tempo é hora de levantar, sacudir a poeira, por a cabeça no lugar e mãos à obra.
Eis alguns pontos que precisará dedicar tempo e atenção:
>> SAÚDE
– caso esteja com a cobertura do plano de saúde da antiga empresa ainda válido, é hora de fazer todos aqueles exames que sempre deixou para depois;
– mantenha uma dieta saudável, coma menos em quantidade e mais em qualidade, frutas, verduras, pouca gordura e beba muita água;
– deixe a preguiça de lado, nada de ficar até altas horas vendo televisão e acordando ao meio dia, mantenha seu relógio biológico no ritmo de trabalho, durma cedo, acorde cedo. Se exercite. Não precisa fazer academia, mas caminhadas constantes darão um excelente resultado.
– cuide da cabeça, não dê atenção para quem não tem nada de bom para dizer, por mais difícil que seja a situação, você sairá dela. Leia de tudo um pouco, reserve um tempo para livros e jornais (há jornais que são entregues gratuitamente pela cidade e livros na biblioteca municipal, escolas, igrejas, etc.).
>> DINHEIRO
– é hora da verdade, como não se sabe o tempo que irá ficar sem emprego (sem emprego sim, mas não sem trabalho), o melhor a fazer é apertar enquanto se tem. Veja quais contas podem ser diminuídas, despesas cortadas e no que se pode economizar;
– FGTS e Seguro Desemprego são coisas sérias, agilize toda a papelada o quanto antes, da homologação da empresa até as visitas ao Poupa Tempo, Caixa Econômica Federal, etc. Se tiver dúvidas quanto aos valores, procure o sindicado o qual era filiado ou então orientação de um profissional, como um advogado trabalhista ou contador.
>> ATITUDE
– Você pode estar sem emprego, mas não sem trabalho. Acorde cedo, se alimente bem, se exercite e procure todos os dias aprender algo novo;
– Desenvolva novas habilidades, procure aprender algo novo a cada dia, a cada semana. Vá atrás de cursos gratuitos, se ofereça como voluntário para trabalhar em algo que não conheça;
– Cultive seus contatos. Ligue, mande e-mail, deixe mensagens pelas redes sociais sempre que possível. As pessoas só ajudam quem é lembrado (e como é lembrado);
– Estabeleça metas para melhorar seus pontos fracos;
– Use todos os recursos disponíveis para encaminhar seu currículo. Internet, entregar pessoalmente em agências, cadastro no PAT, Poupa Tempo, contatos, amigos, igreja, e até a boa e velha ‘cara de pau’ de chegar onde for, e mesmo que não haja uma vaga disponível de imediato, se apresentar como profissional, apto e disponível;
– Seja positivo. Nada de baixo astral. Lembre-se: “Você vai sair dessa, só depende de você!”.
Fonte: Jornal O Coletivo – Transurc – Ed. 138 – Out/2013 – Pág. 4
http://issuu.com/transurc/docs/ocoletivo201310_138?e=2324876%2F5143501
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