Não existe nenhuma relação imune ao conflito, já que ele é algo intrínseco à condição humana da vida em sociedade. Quando há choque de vontades, divergência de ideias, princípios, desentendimentos em questões de gosto, opiniões, opções ou estilo individual, o conflito surge.
É preciso investigar as causas de conflitos, pois muitas vezes o que se revela é a falta de habilidade para falar sobre os problemas e estabelecer um plano para resolvê-los. Os conflitos se instalam em muitas áreas, mas aqui vamos focar nos de origem familiar.
Quais as razões pelas quais os casais se veem em conflitos? Um motivo bastante comum é a fuga da responsabilidade pessoal. Somos responsáveis pelas nossas escolhas, certas ou erradas, que constroem ou destroem as nossas vidas, no entanto comumente atribuímos a nós as escolhas acertadas e culpamos os outros por aquelas que foram erradas.
Outras vezes a comunicação entre o casal, que deveria ser uma exposição de fatos e ideias num diálogo sereno e amigável, torna-se violenta, num desejo de vencer, muito mais do que de convencer. As decisões passam de racionais a emocionais e radicais, num impulso impensado e agressivo que termina por suscitar movimentos de ira que deixam marcas profundas. As lutas travadas no ambiente familiar são, em sua maioria, causadas pela falta de diálogo e mesmo pela transformação do diálogo em insultos e agressões.
É neste sentido que consideramos a Mediação como um processo dos mais valiosos e eficazes na construção e na restauração do diálogo, principalmente no âmbito familiar. Há uma concordância em afirmar que falar é bem mais fácil do que ouvir, se o ouvinte não está interessado no assunto em pauta, não haverá comunicação.
O Mediador é bom ouvinte, aprendeu esta competência e a ensina durante o processo. O ideal é que os envolvidos aprendam com o exercício a serem ouvintes melhores, mais atenciosos e respeitadores.
O casamento é a arte de administrar problemas e situações. Nessa condição de administradores os casais se deparam com muitos problemas, principalmente, de ordem comportamental. Os bons administradores alcançam bons resultados porque não buscam a sua própria razão, a prevalência do seu poder, mas o bem do outro e da família. Mas infelizmente há muitos outros que não possuem bom senso ou razoabilidade para ver as consequências que vão advir de sua escolha no futuro. O papel do Mediador nestes casos é benéfico e imprescindível. O bom Mediador rompe silêncios, procura que as partes tenham palavras amigas e construtivas a dizer um ao outro.
Estatísticas confirmam que a maior parte dos divórcios ocorre porque os cônjuges não conseguem lidar com a raiva e o ressentimento acumulados durante um bom período de tempo. Impacientam-se com as falhas e provocações do outro e desistem de achar o caminho da reconciliação. Neste caso, ajudar a perdoar e tratar com estas situações são uma tarefa bem específica da Mediação que pode ser atribuída ao Mediador. Trabalhar o perdão, trabalhar o esquecimento e conseguir um pedido de desculpa sobre o que feriu o íntimo do outro.
Fonte: http://www.saberonline.net/
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