“Quando um ciclo chega ao fim, é hora de mudar e seguir em frente”
Há duas semanas, ministrando a minha primeira aula de Life Design no Pós MBA da Inova Business School em Campinas, desafiei os alunos a escreverem uma frase que representasse a sua maior convicção em relação a três pilares: Vida, Finanças pessoais e Carreira. O meu parceiro e amigo Luis Rasquilha, que está fazendo o curso junto comigo, onde hora somos alunos e hora professores, escreveu para a dimensão pessoal a seguinte frase: “Nada é para sempre”. Até postou no dia seguinte na sua página no facebook e houve uma enorme repercussão e compartilhamentos. Este fato, aliado a uma história de término de relacionamento recente de um amigo próximo, que foi tema de longas conversas entre nós, me motivou a escrever hoje sobre fins de ciclos.
O ser humano é estranho. Sabe que tudo é finito, a começar pela nossa vida. A única certeza que temos é que um dia iremos morrer. Só não sabemos quando. O ciclo da vida é estudado por todos. Ninguém normal imagina que a vida não teria fim. Daí me pergunto: – Se a vida, que é o bem mais precioso que uma pessoa pode ter, é finita, por que haveria de existir algo que não o fosse? Já parou para pensar nisso? Eu já, e muito.
Já tratei disso outras vezes aqui neste espaço. A minha história de vida me condena. Depois de 25 anos de carreira, oito empresas, 13 cidades e 27 mudanças de endereço, tenho alguma autoridade para falar de mudança, fins de ciclos e recomeços. No meu caso, a coleção é grande. Nunca disse a ninguém que foi fácil. Mudar nunca é fácil. Abandonar coisas, pessoas, empresas, projetos e amigos não é fácil. Dói. Em alguns casos, dói muito. Mas nunca premeditei nenhuma dessas mudanças. Nunca quis colecionar estas marcas. A coisa comigo sempre aconteceu de forma muito pragmática, quase como uma conta matemática. A minha regra sempre foi a seguinte: No dia em que eu olhar para o lado e sentir que a conta não está fechando, ou seja, as coisas boas não estão sendo superiores às ruins, é porque chegou a hora de mudar. E ponto. Eu ia lá e mudava. Simples assim.
Sei que o tema é polêmico e respeito (sempre) quem não concordar comigo, mas me reservo ao direito de fazer, frequentemente, meus balanços em relação às pessoas com as quais convivo, ao meu trabalho, aos meus relacionamentos pessoais e aos projetos com os quais estou envolvido. Se algo começa a me sugar mais do que me preencher, tchau! Não gosto de carregar âncoras. Não gosto de relações que não estejam pautadas no ganha-ganha. Não tolero pessoas do mal e me recuso a conviver com elas. Não trabalho (somente) por dinheiro. E assim sigo, tocando a minha vida de forma (quase) sempre leve e feliz, sem grandes perdas de sono.
Os meus alunos sabem e me conhecem bem. Nas minhas aulas sobre planejamento pessoal, financeiro e profissional sempre bato nesta tecla. Ninguém, absolutamente ninguém, merece viver infeliz. A vida é muito curta para cometermos este erro. Cair nessa vala e não sair dela é uma grande bobagem. A vida lá fora tem muitas oportunidades. Ninguém deve ficar amarrado a algo que lhe traz mais infelicidade do que felicidade. Nada é para sempre. Fins e recomeços fazem parte da vida, pessoal e profissional. As pessoas mais interessantes são aquelas que mais ousaram e mais tiveram a coragem de arriscar e vivenciar novas experiências.
Aproveite que o fim do ano está chegando. Como esta é sempre uma época de reflexão para muitos, faça seus balanços. Analise friamente suas relações e veja se não existe alguma delas que lhe joga mais para baixo do que para cima. Se existir, veja se há como reverter e colocar o trem nos trilhos. Caso contrário, coloque data e hora para o fim. Não tenha medo. A vida premia mais os ousados do que os acomodados. Até o próximo!
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