“É mais fácil entender o seu peso do que você imagina”
O último artigo rendeu muitos comentários, emails e compartilhamentos, além de muitas perguntas. Confesso que fiquei até surpreso, mas isso só confirma a tese de que a saúde física é determinante para o sucesso na carreira e de que as pessoas estão ficando mais conscientes disso. Por isso, resolvi seguir com tema, sem saber muito bem onde esta série irá parar. Como o assunto é amplo e muito me agrada, talvez seja uma série longa. Veremos!
Quero, logo de início, pedir desculpas aos eventuais técnicos da área (professores de educação física, nutricionistas e médicos) pelo jeito como vou expor as minhas opiniões sobre esta fascinante temática. Não sou profissional da área e nunca fui, mas tenho convicção de que aprendi muito nessa minha jornada dos últimos nove anos cuidando da minha saúde tão bem quanto cuidei da minha carreira, porque encontrei pessoas que souberam usar um vocabulário tão simples e objetivo que me possibilitou entender as coisas de forma mais clara a aplicada. Portanto, vou me dar ao luxo de usar termos igualmente claros e objetivos mesmo sabendo que talvez, tecnicamente, não sejam os melhores. Não obstante, a minha intenção é apenas facilitar a compreensão e, com isso, lhe motivar a mudar alguns hábitos e, consequentemente, lhe possibilitar a, amanhã, colher os frutos de um bom cuidado com a sua saúde.
Hoje quero falar de alimentação. Quando tomei o susto que citei no artigo anterior e fui atrás de informação, logo descobri que a alimentação pesa 70% no processo e os exercícios físicos 30%. Ou seja, você pode passar o dia na academia, mas se não cuidar da alimentação, nada vai acontecer em termos de ganhos, bem estar e, por consequência, autoestima. Muita gente não sabe disso e diz que fazer atividade física não funciona. Será? Sem uma alimentação adequada, não funciona mesmo. Vamos a algumas lições básicas: O nosso corpo gasta energia. Esta energia é medida em calorias. Existe um exame que você fazer (com um nutricionista) e que mede o seu metabolismo basal, ou seja, a quantidade de energia que precisamos apenas para manter o nosso corpo vivo. Se ficássemos o dia inteiro deitados, precisaríamos dessa quantidade de energia, através dos alimentos, para nos mantermos vivos. Mas como não passamos o dia deitados, precisamos de uma quantidade adicional de energia para consumirmos com as nossas atividades diárias (andar, levantar, trabalhar etc). No final das contas, o que realmente importa é o balanço energético. Se precisamos, por exemplo, de 1.000 calorias para nos mantermos vivos e mais 1.500 calorias para as demais atividades diárias, precisamos comer 2.500 calorias. Se comermos menos, vai faltar. Se comermos mais, vai sobrar. Se, em um determinado dia, comermos menos do que precisamos, em termos energéticos, o corpo vai produzir esta energia faltante queimando uma das duas fontes que temos no corpo: músculos ou gordura. Depois falaremos mais disso. Se, ao contrário, comermos mais do que precisamos em um dia, vai sobrar e o corpo vai armazenar esta energia, normalmente em forma de gordura. Entendeu? Matemática simples. É claro que estamos aqui apenas falando de balanço energético e nem começamos uma conversa sobre tipos de alimentos (fibras, carboidratos, gorduras etc) ou de frequência de alimentação.
Conhecer estes números é a base para iniciarmos uma discussão sobre tipos de alimentos e suas respectivas funções no corpo. No meu caso, quando medi o meu metabolismo basal e passei a controlar a quantidade de calorias que precisava para as minhas atividades físicas, fiquei deslumbrado com a minha capacidade de entender porque os números da balança mudavam, para cima ou para baixo. Uma coisa básica, mas que me fez passar a enxergar o meu corpo como uma máquina que acumula ou queima gordura dependendo da minha capacidade de equilibrar o que como e o que gasto. Este foi o meu início. Seguiremos no próximo tratando de frequência de alimentação e o papel de cada refeição neste processo. Até lá!
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