“Concentração total em resultados”
Desde que o mundo é mundo existem crises. Particularmente, presenciei várias ao longo da minha vida e carreira. Em 1990 vivemos uma grande crise econômica e de corrupção, que culminou com a queda do presidente da república, Fernando Collor. Dinheiro confiscado, inflação nas nuvens, desemprego e por aí vai. De 1990 até 1994, quando trocamos de moeda para o Real, um país viveu quase um caos. O mercado brasileiro se abriu, inúmeras empresas vieram pra cá, trazendo produtos melhores e mais baratos. Grande parte das empresas brasileiras, que vivam quase em um monopólio, sofreram muito. Os profissionais, muitos deles acomodados, sem estudar e se especializar, também sofreram bastante. Foi uma época difícil e todos tiveram que lutar pela sobrevivência. Muitos sucumbiram. Muitas empresas quebraram e muitos profissionais foram demitidos. Mas outras cresceram e até se internacionalizaram. Muitas novas empresas nasceram, exatamente nesta época difícil. De lá pra cá, outras crises vieram, como a crise mundial de 2008, que até hoje ainda deixa sequelas em parte da Europa.
Enfim, crises sempre existiram e sempre vão existir. Elas começam e um dia acabam. O que não sabemos é exatamente isso – quando vão começar e quando vão acabar. Hoje, no Brasil, estamos no início de uma. Depois de um conjunto de decisões equivocadas nos últimos 5 anos, a conta chegou. 2015 começou mal e provavelmente vai acabar mal. O desemprego cresce (basta ler os jornais), a inflação disparou, os juros estão nas nuvens e a economia parou de crescer e provavelmente andaremos para trás neste ano. Ou seja, estamos em mais uma crise e não sabemos quando vai acabar.
Recentemente em uma entrevista na rádio CBN, a repórter me perguntou o porquê de tanta gente preocupada com a crise atual. A minha resposta foi exatamente uma síntese dessas últimas palavras. Disse também que as crises, quando chegam, encontram sempre dois tipos de pessoas – as preparadas e as despreparadas. Não que exista alguém feliz neste momento, mas há pessoas que estão simplesmente tristes e preocupadas, mas preparadas, e outras que estão desesperadas. Neste segundo grupo encontram-se aqueles que não possuem uma vida financeira e uma gestão da sua carreira sob controle e planejada. Isso é muito simples de entender. Quem não tem poupança e gasta tudo o que ganha, sofre muito quando chega uma crise ou perde o emprego. Quem se acomoda e não tem uma gestão de carreira planejada, fica desesperado quando uma crise começa, porque se coloca sempre na frente da fila das prováveis demissões.
Independente de qual seja o seu caso, o importante neste momento é adotar uma postura adequada para um momento de crise. Em momentos como o atual, o que se espera de qualquer profissional é uma postura de controle de gastos, de propostas de redução de custos e despesas e, ao mesmo tempo, de propostas e ideias de novas formas de elevar a receita da empresa. Isso mesmo, em tempos de crise há muitas oportunidades. Pode voltar na história, muitas empresas nascem em tempos de crise, muitos produtos novos nascem e crescem em tempos de crise. O que não se pode fazer, em hipótese alguma em momentos como este, é ficar nos corredores da empresa reclamando da vida, alimentando boatos de que a empresa está mal ou vai demitir ou ficar parado esperando a crise passar. É hora de ajudar a empresa passar pela crise atual e buscar oportunidades de melhorar os resultados. Fuja de qualquer rodinha que fique fofocando ou reclamando da vida. Esse é lugar para quem não tem o que propor, para quem não tem competência para trazer novas propostas para enfrentar a crise.
É isso. Essa crise, assim como todas as outras, vai acabar. O que você precisa agora é ter foco total em resultados e oportunidades, seja para reduzir gastos ou para aumentar a receita da empresa. Pense e procure que você ter alguma ideia para apresentar e se destacar neste momento. Até o próximo!
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