QUANDO FEZ SUA ÚLTIMA AUTOCRÍTICA?
Poderíamos começar este artigo com a frase “Quando se atua com recursos humanos…”, mas vou preferir iniciar de outra forma.
Quando se lida com gente, seja em atividades voltadas a recursos humanos, dentro ou fora da empresa, ou em outras atividades, o que mais se vê é o sentimento de insatisfação, reclamações, queixas e críticas.
Claro que muitas são extremamente pertinentes, sobretudo quando o assunto é relacionado ao contexto empregabilidade, trabalho, emprego ou correlatos.
Afinal, quem nunca teve problemas com descontos estranhos na folha de pagamento, com horas extras não computadas, aquele chefe perseguidor, o colega de hábitos estranhos e tantos outros casos que poderiam ser citados.
Mas e o outro lado da história? Como quem atua com RH enxerga o colaborador? Ou melhor, vamos antecipar um pouco o momento, como o RH, ou quem atua nesta profissão enxerga a situação daquele que está em fase, em processo para adentrar a organização, time, equipe, empresa, e está ainda na condição de candidato.
Temos então, de um lado, profissionais que escolheram, em sua grande maioria, atuar com pessoas, e do outro, pessoas que em sua maioria estão em um momento delicado da vida, por estarem sem emprego e que muitas vezes perdem o discernimento do que falam e como agem por conta de como se sentem.
Nervosas, ansiosas, preocupadas e muitas vezes desesperadas, afinal já são alguns meses fora do mercado de trabalho, centenas de currículos enviados, dinheiro acabando, contas a pagar atrasando e a bola de neve só vai crescendo.
Ok, nosso cenário está desenhado! Mas pra quê afinal?
Para um alerta!
O que se nota é que por conta de todo esse contexto já explanado os candidatos têm deixado de agir estrategicamente em situações que poderiam favorecê-los. Simplesmente estão no automático e esquecem o que realmente os farão voltar ao mercado de trabalho.
Centenas se queixam que mesmo após uma imensidão de currículos enviados não são chamados sequer para uma entrevista, se queixam que as empresas ou agências não dão feedback, ou que após entrevistas não recebem nenhum retorno se foram aprovados ou não para a próxima etapa do processo.
Bem, a verdade é só uma, mesmo com todas as queixas, reclamações, críticas, sejam estas fundadas ou não, as contas vão continuar chegando e este tipo de pensamento e comportamento só irá piorar a situação.
Uma análise rápida desta meia dúzia de linhas citadas acima para que você, candidato repense seu comportamento e mude para melhor, tanto seus pensamentos e atitudes. Algumas perguntas provocativas para que possam ser respondidas e para os mais sagazes, dicas valiosas para mudança na estratégia para retorno ao mercado.
- Você já parou para avaliar o seu mercado de atuação? Sabe quantas pessoas concorrem para a mesma vaga que você envia seu currículo? Já se deu conta de quantos currículos a empresa ou agência de empregos anunciante da vaga já recebeu no momento em que você enviou o seu?
- Seu currículo está atrativo? Atualizado? Suas qualificações ainda são diferenciais? Qual a última mudança de dados relevante que fez nele? Qual o último curso que representa um grande diferencial para sua área de atuação?
- Quando participa de uma entrevista onde há mais candidatos aguardando para a mesma vaga ou estão no mesmo processo em dinâmicas ou atividades em grupo, procura conversar com outros candidatos de forma não competitiva e sim colaborativa? Troca e-mails, contatos, redes sociais, WhatsApp? Procura enviar vagas para eles, mesmo após a dinâmica? Já pediu o currículo de algum outro candidato que pode ser aprovado ou não para aquela vaga onde você estava concorrendo para comparar com o seu, seja no formato ou no conteúdo?
- Quantos modelos de currículo você tem para o mesmo cargo? Quantos cargos, áreas de atuação você se qualificou durante sua vida profissional? Se o plano A falhar, qual o B e o C?
- Como cultiva seu networking? Como o organiza e o mantém?
Há inúmeras outras questões que poderiam ser feitas, mas estas já dão um bom trabalho para pensar, responder e refletir.
Vale também lembrar que se não houve mensagem de erro após o envio do currículo por e-mail, sim, seu currículo foi recebido no destino.
Não, não há certeza de que ele será lido, afinal, o envio pode ter sido tardio, mesmo que dentro do prazo informado pelo anunciante da vaga.
Se você não recebe ligações para entrevistas, no lugar de criticar os anunciantes, canais, vagas, que tal se autocriticar e pensar que há algo errado e talvez seja com você próprio?
E após uma entrevista ou dinâmica, se não receber nenhum contato após três dias, saiba o não contato já é uma resposta, siga em frente sem demora.
Bem, para concluir, o candidato que esbraveja, sobretudo nas redes sociais, se esquece de que enquanto um dedo aponta para criticar, há outros três voltados para ele, e a autocrítica é esquecida. Mude a estratégia de abordagem de tempos em tempos, faça testes com modelos de currículos, envie seus currículos por endereços de e-mails diferentes, altere os escritos e valorize resultados obtidos nas experiências profissionais mais do que simplesmente relatar atividades operacionais. Invista seu tempo em conhecimento, cursos online e em um plano B, C e D de atuação ao longo de sua carreira.
Se mais do mesmo não dá resultado, está mais do que na hora de mudar seu mindset e fazer diferente.
Organize-se! Anote dúvidas, desenhe alternativas, ouça mais, crie formas criativas para que o mercado de trabalho o reconheça como um profissional diferenciado. Use as redes sociais a seu favor, não contra!
As dicas estão aí, como você que chegou até o fim deste textão vai usá-las, só depende de você! Mantenha o foco no seu objetivo e nas formas que pode agir para atingi-lo.
Reclamar faz parte da vida, mas não lhe trás nenhum resultado. Se não tiver uma ideia ou crítica construtiva para mudar ou melhorar, considere o que é melhor para você e sua imagem enquanto profissional engajado, mesmo que em fase de recolocação.
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