“Existem pessoas insubstituíveis nas empresas? Sim”
Esta semana revi um grande amigo. Fui a Piracicaba ministrar uma palestra no SIMESPI (Sindicato patronal da indústria de Piracicaba e região) e tive a oportunidade de tomar um café e bater um papo com o Roberto Soriano, gestor administrativo do sindicato. Uma pessoa que conheço e convivo há oito anos. Um jovem de 64 anos, profissional extremamente comprometido com o seu trabalho, uma pessoa muito simpática e de caráter ímpar. Quase uma marca registrada do sindicato. Na nossa conversa, falávamos do falecimento recente do meu pai e ele me dizia que às vezes se vê pensando na vida (frágil) e se vale a pena, na idade que tem, fazer tantos planos ou se preocupar com determinadas coisas. No meio da conversa, me contou que até já colocou o cargo à disposição da diretoria do sindicato, deixando-os a vontade para trazer alguém mais jovem ou com outras características. Não me causou surpresa saber que ele sempre ouviu um sonoro NÃO. – O que é isso, Roberto! Nem pensar! Eu também não abriria mão do Roberto nem sob tortura. O Roberto parece aquela pessoa que você entrega uma responsabilidade e esquece, com a certeza de que a coisa vai acontecer.
Daí a conversa tomou outro rumo, lastreado pela pergunta: Existem pessoas insubstituíveis nas empresas? Sim ou não? Chegamos a ela porque em um editorial recente do Jornal de Piracicaba (JP), o seu nome foi textualmente citado em uma matéria sobre o SIMESPI como “o insubstituível Roberto Soriano”. Ele me disse que ficou surpreso e muito lisonjeado, guardando (para sempre) aquela edição. E então seguimos adiante, com um belo café nãos mãos, debatendo sobre o tema antes da minha palestra. E a minha conclusão, embora já saiba que alguns não irão concordar, é que existem sim pessoas que dificilmente são substituíveis quando deixam uma empresa. Não que as competências que alguém tenha não possam ser encontradas no mercado. É lógico que podem, e até melhores. Mas quando falamos do pacote completo (competências, atitudes, comprometimento, paixão pelo que faz, responsabilidade, carisma, caráter, valores pessoais etc), cada um é único. Não tem jeito. E em função disso, eu realmente acredito que algumas (poucas) pessoas valem ouro nas empresas, independente do nível que ocupam. Não é a toa que algumas empresas “afundam” ou entram em crises pesadas após a saída de um determinado profissional. Os casos não são raros. Em times de futebol, bandas de música ou equipes de atletismo, acontece a mesma coisa.
Portanto fica aqui um belo tema para reflexão de líderes e empresários. Será que na sua empresa/organização não existem algumas “peças insubstituíveis”? Será que alguns profissionais, quando analisados sob a ótica do “pacote” completo, não são mesmo únicos? Creio que cada um deve formar a sua opinião e gerenciar seus recursos humanos estratégicos da forma que achar melhor. Quem achar que ninguém é insubstituível, ok. Aposte nisso e ponto. Quem achar o contrário, encontre formas de manter estas pessoas motivadas, felizes e com o devido reconhecimento. O que não dá para aceitar é a falta de convicção a respeito do tema. Eu tenho a minha. Você precisa ter a sua.
Assim é a vida e assim é o mundo dos adultos. Fazemos escolhas e pagamos o preço ou colhemos o bônus delas. Atrair e reter pessoas competentes nas as empresas é tarefa dura. Quase uma arte. E quando encontramos alguém ímpar e esta pessoa é “textualmente” chamada de insubstituível, alguma coisa de muito valiosa ela tem. Cuide bem de pessoas assim. Elas valem ouro, como o Roberto Soriano. Até o próximo!
Comentários