“Sem saúde e disposição, a sua carreira pagará a conta”
Já fui atleta, sedentário e “normal”. Portanto sinto-me no direito de falar com algum conhecimento de causa sobre o tema. Dos 13 aos 23 anos, joguei vôlei e peteca (esporte tradicional em MG) praticamente todo dia. Competi profissionalmente em ambos os esportes. Dos 23 aos 33 foquei na carreira. Abandonei os esportes e entrei naquela “vida” de trabalhar doze horas por dia (ou mais), comer mal e dormir pouco, sempre com a desculpa de que não havia tempo para cuidar do corpo e que a carreira era a prioridade. Aliás, a resposta que ouço de 99% das pessoas quando pergunto se fazem alguma atividade física é: – Não tenho tempo!
Um dia a conta chegou. Com 34 anos, pouco antes de a minha filha nascer, quase fui empacotado. O corpo não aguentou e a máquina pifou. Depois desse (grande) susto, tomei algumas decisões. A primeira foi mudar o meu estilo de vida e abrir espaço na agenda para atividade física frequente. A segunda, não menos importante, foi mudar o meu padrão de alimentação. Fui estudar e consultar profissionais competentes sobre ambos os temas. No caso de atividade física, aprendi que 30 minutos por dia, quatro vezes por semana, é mais do que suficiente para manter o corpo em forma. Estudei os efeitos das atividades aeróbicas (corrida, natação etc) e anaeróbicas (musculação) e as suas devidas importâncias e complementaridade. Comecei, venci a barreira inicial de desistência e sigo até hoje com uma disciplina militar de exercícios físicos. Na alimentação, fui me consultar com um grande profissional de nutrição esportiva e aprendi muito sobre os alimentos, suas funções e seus impactos no corpo (e na balança). Cortei gordura, frituras em excesso e carboidrato depois das 21h, tudo com equilíbrio e sem radicalismo. Convenci-me de que precisava aprender a comer sem fome e me alimentar cinco vezes ao dia, sempre em intervalos máximos de aproximadamente três horas.
O resultado? Há nove anos a minha vida mudou. Mais disposição, mais produtividade, mais satisfação, melhor autoestima e por aí vai. Conheço muita gente, grandes executivos, empresários e profissionais liberais, que assim como eu, não abrem mão de cuidar do corpo e da saúde por nada, porque entendem que se o corpo não estiver bem, a mente não estará.
Se você está ou sempre esteve nessa vala comum de tocar a vida profissional com a convicção de que ela está desassociada da sua saúde física, está na hora de parar tudo e responder duas perguntas:
1. Até quando você acha que o seu corpo aguentará?
2. Você realmente acredita que a sua produtividade e criatividade não dependem da sua saúde física?
Quer um conselho? Inicie uma jornada! Uma agenda de estudos e conversas com pessoas que levam um estilo de vida saudável. Você, a não ser que realmente queira se enganar, não demorará a entender os ganhos na carreira e, por consequência, no seu bolso. Comece devagar. Não adianta querer mudar um hábito de anos em semanas. Não é assim que a coisa funciona.
Paralelamente aos estudos, promova pequenas mudanças nos seus hábitos. Comece a comer poucas quantidades, em intervalos menores. Consulte um nutricionista e um profissional de educação física. Com a ajuda deles, monte um plano de atividades físicas periódicas e uma reformulação na sua alimentação. Sempre devagar e sem pressa. O importante é ir incorporando aos poucos novos hábitos que trarão inúmeros ganhos de saúde e disposição para você. Estabeleça algumas metas, escreva-as e acompanhe de perto. Se você for do tipo que precisa de incentivo para não desanimar, busque uma pessoa próxima para iniciar essa jornada juntos. Ter alguém ao lado com objetivos semelhantes é bem interessante, porque um puxa o outro.
Não, eu não estou fugindo do tema “Carreira e competências”. Cuidar do corpo e da saúde é cuidar da carreira, mais do que a maioria das pessoas imagina. Até o próximo!
Comentários