Há momentos em que a combinação amizade-trabalho passa a impor verdadeiros desafios, e lidar com os dilemas decorrentes dessa situação é difícil. Uma das situações que merecem atenção é a CONTRATAÇÃO DE UM AMIGO. Seguem algumas recomendações para que esse processo não se transforme em pesadelo…
- Esteja certo de realizar a contratação em função da competência do candidato. Muitas vezes o bom amigo apresenta um perfil com pouca aderência ao cargo. Se for essa a realidade, evite a contratação. O candidato pode ser um amigo de confiança, leal, que esteja passando por um período difícil de recolocação… ainda assim, pense bem. Pode ser que não corresponda às necessidades do cargo, e futuramente você tenha que dispensá-lo. E essa é outra tarefa difícil.
- Se possível, envolva outros decisores no processo de seleção. Se a decisão for tomada objetivamente, incluindo outros decisores (sócios, superiores, outros líderes), sua chance de realizar uma contratação tão somente em função da amizade será menor.
- Estabeleça um critério claro e transparente para a seleção. Utilize fatores que seriam aplicados a quaisquer candidatos, tais como: testes, entrevistas técnicas, análise comportamental, etc. Analise os resultados objetivamente.
- Siga as diretrizes organizacionais. Se a empresa em que você trabalha tem em seu código de conduta determinações a respeito da contratação de amigos e/ou parentes, observe-as à risca. Se não houver um código claro a respeito, é recomendável consultar um profissional do departamento de Recursos Humanos, ou até mesmo seu superior imediato.
- Imagine-se comunicando um feedback de melhoria. Considere uma situação em que seu amigo já contratado tivesse um desempenho aquém do necessário. Você seria capaz de comunicar a ele algum aspecto que necessitasse melhorar? Poderia realizar essa tarefa de forma objetiva? Se a resposta for não, é melhor evitar a contratação.
- Você arcaria com as consequências de dispensá-lo, se fosse necessário? Um colaborador com baixo desempenho é prejudicial à equipe e à empresa. Se seu amigo apresentar resultados insatisfatórios, ainda que você tenha tentado todos os recursos ao seu alcance (feedback, capacitação, etc.), chegará o momento de dispensá-lo. E não acredite em ilusões: ele considerará sua atitude pessoal. É isso que irá acontecer na maioria das vezes, e, assim, certamente o desligamento comprometerá a amizade. Se acha que não poderia lidar com essa situação de forma adequada, então o melhor é não contratá-lo.
Se você já contratou um amigo e ele hoje faz parte da sua equipe, então essas recomendações não serão suficientes… é preciso saber como lidar com a situação já estabelecida. Em um próximo artigo seguirei com recomendações a respeito.
Abraço, e sucesso!
Adriano Pedro Bom
Adriano Pedro Bom é consultor, docente universitário e palestrante nas áreas de Gestão de Pessoas.
Comentários