“Você sabe quem será consultado para dar referências sobre você?”
Todos nós estamos assistindo de perto a revolução digital que está em curso. A conectividade é total e a internet é um mundo cheio de surpresas, boas e ruins. Hoje achamos o que queremos em um clique e encontramos pessoas na velocidade da luz. Nas minhas redes sociais, consegui encontrar amigos de infância e de tempos de faculdade que jamais encontraria sem o poder das redes sociais. Além da conectividade, a rede tem proporcionado visibilidade a pessoas, produtos e ideias que não seria possível pelos meios off-line.
O problema é que, como diz Shakespeare “Há algo de podre no reino da Dinamarca“. Tudo isso tem também tem o seu lado ruim. O mesmo fio que dissemina o bem, dissemina o mal. Mas isso faz parte da vida e o saldo, apesar de tudo, é muito positivo.
Para assuntos ligados a carreira, a revolução também é enorme. Para quem procura um emprego, a rede está cheia de informações e oportunidades. Sites de emprego, fóruns de discussões, chats, empresas divulgando vagas nas redes sociais, empresas de recrutamento com módulos de cadastro de currículos de forma parametrizada e por aí vai. Isso sem falar das pesquisas que um candidato pode fazer sobre as empresas que tem em mente, às vezes com informações passadas pelos próprios funcionários da empresa, como é o caso do site lovemondays.com.br, que reúne informações sobre salários.
Já para quem contrata, o terreno também é fértil. Não faltam informações sobre um candidato que está sendo avaliado por uma empresa. Eu mesmo, quando recebo um currículo e acho interessante, a primeira coisa que faço é digitar o nome da pessoa (entre aspas) no google. Você já fez esse teste? Faça. Depois, entro no Facebook e LinkedIn e procuro o perfil da pessoa. Com esses três pequenos passos, já dá para saber muito. Já ratifiquei e chamei para entrevista pessoas após essa análise e também já descartei o currículo imediatamente após ver algo imperdoável em uma rede social do profissional.
Recentemente, estava conversando com um colega, diretor de uma grande empresa de recrutamento. Falávamos desse assunto e sobre perfis de currículos. Nessa conversa, descobri algo muito interessante e que compartilho aqui. Ele me disse que o algoritmo (software de pesquisa) que a sua empresa usa para avaliar um currículo cadastrado no site e que levanta mais informações sobre um candidato está tão, mas tão sofisticado, que consegue preparar uma lista de pessoas para consultas sobre o profissional em questão. Explicando melhor, quando você cadastra o seu currículo em um site de empresa de recrutamento, um software varre a internet, as redes sociais e o próprio banco de dados da empresa, e descobre outras pessoas (nome e telefone) que trabalharam com você como pares, superiores ou subordinados em empresas anteriores, bem como fornecedores e parceiros de negócio. Dessa forma, eles têm uma lista de contatos que usam para pedir referências profissionais. Nessa conversa, ele até brincou dizendo que aquela lista de três a cinco pessoas que alguns colocam em seus currículos como referências profissionais só serve para uma coisa: lixo. Segundo ele, esses nomes foram escolhidos porque possuem uma tendência a falarem bem sobre o candidato e eles querem conversar com pessoas que estão fora dessa lista. Interessante, não acha? Esse é o mundo digital e conectado.
Portanto, mais uma vez reforço aqui um ponto que já tratei em um artigo chamado “o mundo dá voltas”. Cuide bem dos seus relacionamentos. Construa relações ganha-ganha. Não trate mal ou queira ferrar com seus fornecedores ou parceiros. Além de isso não ser correto, as pessoas com as quais você convive hoje serão aquelas que serão consultadas no futuro para darem referências sobre você.
Até o próximo!
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