“Decisão gera Execução. Empolgação não gera nada”
Ontem vi um post no facebook que dizia: “A roubalheira continua nas ruas, mas o Vem Pra Rua foi embora para casa de vez”. Achei engraçado e, ao mesmo tempo, triste. Não que esta voz forte que balançou o país no último mês de junho tenha se calado de vez, mas que deu uma bela de uma congelada, isso deu. Quem viver verá quais serão as cenas dos próximos capítulos, se é que existirão.
Isso me fez lembrar um discurso que venho usando tanto, mas tanto, que às vezes dá vontade de desistir (Brincadeira! Não vou desistir nunca). Falo da minha incansável dica para quem quer ficar bom em alguma coisa ou desenvolver bem uma competência: – Pratique incansavelmente até conseguir. A prática incansável leva à excelência e aos resultados concretos. Isso está mais do que provado e já foi até contabilizado pelo brilhante Malcon Gladwell no capítulo 2 do livro Outliers, com a chamada regra das 10.000 horas, que uso nas minhas aulas como um dos pilares para o desenvolvimento de uma carreira de sucesso.
Esta regra para se atingir a excelência só tem um gravíssimo problema: Dá trabalho. Muito trabalho. E a maioria de nós, seres humanos, não quer pagar este preço e prefere esperar pelo destino, por uma obra divina, pelo acaso ou pela sorte. Ou abandona uma decisão tomada como se abandona uma roupa velha no armário – simplesmente esquece que existe ou que já teve um dia.
O que explica o fenômeno do abismo entre o que se fala e o que se faz é uma coisa simples, mas que para alguns pode ser extremamente complexa de entender e aplicar. Refiro-me ao uso da palavra “Decisão”. Esta é uma das palavras mais usadas erroneamente no mundo atual. Quando uma pessoa fala que decidiu algo, na maioria das vezes, está mentindo. No meu vocabulário (me perdoem os especialistas na norma), alguém só tem o direito de dizer que decidiu algo quando está disposto a levar a cabo o que fala, ou seja, quando estiver disposto a “pagar o preço da decisão” e executar o que disse que decidiu. Caso contrário, não decidiu nada. Só está blefando ou querendo fazer bonito para alguém.
As manifestações que tomaram conta do país “prometeram” começar a dar um fim nessa triste e longa história de corrupção no nosso país. Assim como muita gente que conheço já falou pra mim que ia fazer e acontecer em um monte de coisa. Não que ainda não possam cumprir com suas “decisões”, mas tenho visto mais promessa do que ação.
A solução? Só existe uma – que todos assumam um compromisso, primeiro consigo mesmo e depois com os outros, de nunca falar que decidiu que vai fazer algo sem avaliar claramente o que está falando e se vai cumprir com a decisão. Em outras palavras, não usar este termo em vão. Falar que decidiu fazer não é a mesma coisa que falar que está pensando em fazer.
Vamos combinar isso? Que tal começarmos uma campanha chamada “Só decidiu quem fez”. Quem disse que decidiu e não fez, tem que tomar um puxão de orelha bem forte. Pare um pouco e pense se você não está engrossando esta fila, que só gera falta de credibilidade e confiança. Na vida e na carreira, a nossa imagem é fortemente desenvolvida a partir daquilo que fazemos versus aquilo que falamos. Ou você acha que as pessoas não observam isso de maneira muito clara? Observam sim. Mais do que a gente imagina.
As decisões têm um preço, às vezes alto. Mas somente decisões lavadas a cabo possuem o poder de transformar e realizar. O resto tem nome e não gera nada – Empolgação. Portanto, lembre-se sempre: Pense bem antes de decidir, mas quando decidir faça. Até o fim. Até o próximo!
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